Quantas caminhadas , quantos encontros e desencontros!
Sorrisos e lágrimas pertencentes ao processo do caminhar por um território desconhecido.
Me disseram que haveriam minas, armadilhas e também areia, pedras...
Espaços difíceis de andar, mas que em determinados momentos poderíamos sentir prazer.
Muitas vezes me faltou os olhos de águia, a escuta atenta, a sensibilidade do toque, a paciência, a sabedoria da fala, a aceitação da impotência, a resiliência.
Ao invés de caminhar como se num solo sagrado, andei desatenta,muitas vezes, encantada com o que estava acima da superfície: as flores, nuvens, lua...e então tropecei muitas vezes...
Pisei em armadilhas que me prenderam e demorei para sair.
Pisei em Minas,que ao explodiram levaram alguns pedaços de mim.
Em outros momentos pisei em areia macia, mas que fervia e me queimou os pés.
Hoje reconheço muito desses territórios, mas vez por outra me perco e me machuco sentindo um pouco menos de dor porque criei calos.
Dou graças quando piso em solo fértil, terra fresca.
Que maravilhoso!
Ainda me encanto com os pingos da chuva, com o arco-íris ou mesmo com a ventania e o entardecer.
E quando meus olhos não puderem ver, os ouvidos não puderem escutar e a pele não mais sentir terei as vivências, as imagens dos territórios percorridos, do toque dos meus pés leves e as vezes cansados.
..
Agora preciso me aquietar e somar todos os aprendizados, deposita-los no meu coração para quando começar meu vôo, meu corpo esteja tão leve, que flutuarei muito alto.
Que possa agora com sabedoria explorar os céus com a sutileza de quem pisa em Território Sagrado inclusive, meu espaço interior.
Um comentário:
Palavras doces, lúcidas, certeiras. Texto belo, impecável. Fruto de um ser maduro, sensível, amoroso. Só podia vir de você Ana querida, Anita do meu coração. Amiga das estações. Seu amor me comove
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